Colossenses 15:11
O FILHO PRÓDIGO
– Tomou a herança: antes do tempo e com o pai em vida. Ele era o filho mais moço e tinha direito a um terço da herança do pai ( Dt. 21: 17 ). O ato praticado por esse rapaz era uma afronta muito grande contra o pai e era punida com apedrejamento à porta da cidade.
– Dissipou todos os bens: não soube investir, não soube multiplicar. A riqueza recebida fora do tempo traz maldição. A riqueza que vem facilmente é dilapidada sem deixar frutos.
– Viveu dissolutamente: O pecado é um trabalhador assalariado, cujo salário pago pelo seu trabalho é a morte. Morte significa separação. A primeira grande separação que aquele jovem experimentou foi a separação do seu pai. Da mesma forma, espiritualmente, somos separados de Deus quando pecamos, conforme Is. 59: 1 e 2. Morremos! O pior é que morremos, mas continuamos andando, fazendo coisas e nem percebemos a nossa morte. Ficamos como zumbis. É necessário que venha a fome e a necessidade para percebermos o quanto estamos longe, separados de Deus. A Palavra de Deus diz que: “aquele que é vencido, fica escravo daquele que o venceu.” ( 2Pd. 2: 19 ) A próxima conseqüência será perder tudo aquilo que representava segurança, poder, status, provisão. Ele perdeu todos os recursos que tinha. Era um jovem vindo do interior, do sertão, para a cidade grande. Certamente foi notado pelas prostitutas como um ingênuo, foi visto pelos jogadores como um alvo fácil, foi visto pelos donos dos bares como aquele que podia pagar a conta por si e por outros, portanto como fonte de lucro. Foi engolido por sua própria ingenuidade. Em seguida chega a outra conseqüência: servir a um cidadão da terra, o qual dará ordens para guardar aquilo que é abominável e imundo ao Senhor. A degradação é tão grande que ele deseja fartar-se daquilo que era oferecido aos porcos. As alfarrobeiras eram plantas cujo fruto tinha a forma de uma vagem e um sabor adocicado. Sua aparência era como a de um gafanhoto. Em tempos de escassez algumas famílias menos afortunadas comiam dessa planta. A alfarrobeira é uma figura da miséria. Este é o ponto em que a pessoa já não se importa de participar das festas aos ídolos, comer o que lhes foi oferecido. O pecado desnuda o homem de tudo quanto é bom e valioso. Da imagem de Deus, do conhecimento das coisas divinas, da santidade natural, da retidão moral e da capacidade de realizar o bem moral. Criar porcos era, para um judeu, a ocupação mais degradante que se poderia imaginar. Aquelas alfarrobas representam a ausência daquilo que é básico. O pecado nos afasta do suprimento das nossas necessidades mais básicas em Deus. ( Ver Jr. 30: 14 )
– Caindo em si: essa expressão mostra como o desperdício da vida em dissolução denota certo nível de insanidade. Entende-se que se uma pessoa “caiu em si”, ela antes esteve “fora de si”. O fato de sua mente retornar à sanidade permite que ele se arrependa. Esta é uma razão porque os nossos pensamentos precisam ser levados “cativos à obediência de Cristo.” ( 2Co. 10: 5 ) Querido a mente não recebe revelação! A revelação virá sempre ao seu espírito! A mente precisa ser submissa ao espírito, caso contrário não haverá redenção! Porque a redenção ocorre mediante o arrependimento e o arrependimento ocorre no espírito e não na mente. É por isso que muitos não conseguem alcançar transformação em sua vida. Analisam tudo, trabalham tudo no nível da mente. Estão sempre arrazoando. É o famoso “irmão cabeção.” Mas quando a nossa mente é vencida pelo espírito, então é que percebemos a nossa distância em relação a Deus. O arrependimento nos leva a uma tomada de atitude em relação a Deus. Somos levados a reconhecer nossa condição pecaminosa e a buscar o perdão.
– Pai, pequei – Vs. 18
O rapaz começa agora a ensaiar as palavras que pretende usar para falar com o seu pai para obter o seu perdão. Ele tem a convicção clara de que o seu pecado afetou tanto o mundo natural quanto o mundo espiritual ( contra o céu e diante de ti ). Ele também entende que não há pecado sem conseqüências ( não sou digno…, trata-me… )Ele continua se vendo na condição de escravo. “Aquele que é vencido, fica escravo do que o venceu.” 2Pd. 2: 19
– Seu pai o avistou de longe
Conta-se que no contexto judaico, o filho que tomava sua herança tendo o pai ainda vivo era digno de apedrejamento e isso ocorria à porta da cidade, já que era ali que todo tipo de causa era julgada. Então, quando o texto diz que o pai avistou o filho de longe, diz-se que isso aconteceu porque ele ia diariamente e por longos anos à porta da cidade para que se porventura ele retornasse não fosse apedrejado pelos seus acusadores que ficavam à porta da cidade.
– A postura de quem perdoa – Is. 30: 18 e Lc. 15: 20 a 23
1 – Vê a condição do ofensor e mostra compaixão
2 – Abraçou – demonstra afeto
3 – Beijou – devolve o relacionamento no nível da intimidade
4 – A melhor roupa – devolve a honra
5 – O anel no dedo – devolve a autoridade e o carinho
6 – Sandálias nos pés – devolve a dignidade e a posição, devolve a identidade
7 – Novilho cevado – devolve a alegria da comunhão
Fica claro, através desses gestos simples, que o pai recebeu muito bem seu filho. Não importa o que um filho faça seu pai nunca terá raiva dele. Em alguns casos, se o agravo aumenta, certos pais chegam a trazer para si a culpa do erro do filho e alguns ainda perguntarão: “meu Deus, onde foi que eu errei?” Tamanho é o amor dos pais por seus filhos. Se o amor de um pai biológico é assim tão tremendo, como não será o amor do nosso Pai celestial?! A expressão bíblica: “não entristeçais o Espírito Santo” deveria nos trazer muito temor.
– Pedro, o apóstolo viveu essa experiência do perdão quando Jesus o encontrou na praia após a ressurreição. Jesus recria a cena da traição fazendo uma fogueira, depois pergunta três vezes: “Pedro, tu me amas?” E depois de ouvir a resposta de Pedro Ele diz: “apascenta aos meus cordeirinhos”.
– Todos nós temos vivido essa experiência do perdão de Deus. Mas é triste perceber que muitas vezes não somos capazes de perdoar dessa maneira! Jesus, quando nos deixou a oração dominical, ensinou-nos a pedir que o Pai perdoasse as nossas dívidas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido! Mas, eu pergunto: como é que nós temos perdoado aos nossos devedores?
1 – Será que eles têm sido vistos por nós com compaixão?
2 – Eles têm recebido o nosso afeto?
3 – Eles têm participado da nossa intimidade?
4 – Nós os temos honrado?
5 – Temos devolvido a eles a autoridade que eles tinham?
6 – Será que temos devolvido a eles a sua posição e identidade?
7 – Temos recebido a eles com alegria?
Se nossa prática não tem sido essa, na verdade não estamos imitando Jesus. Não podemos declarar que somos Seus discípulos.
– Para aquele pai, o filho estava morto e reviveu. Estava perdido e foi achado.
– Qual era antes a nossa condição?
Mortos?
Mas Ele nos deu vida estando nós mortos em nossos pecados e delitos.
Perdidos?
Mas Ele disse: “Eu Sou O Caminho, e A Verdade e A Vida…”
E nós? O que temos feito aos nossos devedores? O que temos oferecido a eles? Que caminho temos apontado para eles?
“Se, porém, andarmos na luz, como Ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, Seu Filho, nos purifica de todo pecado”. 1Jo. 1: 7
“Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão, até agora, está nas trevas. Aquele que ama a seu irmão permanece na luz, e nele não há nenhum tropeço. Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos.” 1Jo. 2: 9 – 11.
Muitos têm convivido com enfermidades terríveis, porque decidiram não perdoar. Outros estão como mortos: nada ouvem, nada falam, não se movem, nada enxergam, nada percebem.
Mas, hoje o Senhor quer resgatar pessoas de cárceres nos quais estiveram presas por muito tempo. Chegou o tempo de se livrar desse carcereiro chamado rancor, ressentimento, mágoa, falta de perdão. Comece a pedir perdão ao Senhor por ter retido o perdão na vida das pessoas. Comece a liberar perdão sobre você e sobre aqueles que lhe ofenderam.