2º ATAQUE – O REBANHO
Terminado o seu primeiro ataque, apressadamente o inimigo se levanta com a próxima etapa. Nesta etapa veremos que Satanás se levanta contra Jó empreendendo um só ataque, mas com uma abrangência triplicada de devastação. Procure colocar-se no cenário que passo a descrever, talvez Deus tenha algo a lhe dizer que você ainda não havia percebido. Provavelmente não será algo novo, mas algo que está recebendo a luz do Senhor. Peça a Deus que lhe abra o entendimento, ore “para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos conceda espírito de sabedoria e de revelação no pleno conhecimento dele,” ( Efésios 1:17 )
A ) A Adoração
Sendo Jó um adorador, era do seu rebanho que ele retirava os animais que seriam sacrificados ao Senhor em cheiro suave e aroma agradável. Todas as vezes que intercedia por seus filhos, o adorador Jó também sacrificava ao Senhor. Lembre-se que não há adoração sem sacrifício. “Tornou o rei Davi a Ornã: Não; antes, pelo seu inteiro valor a quero comprar; porque não tomarei o que é teu para o SENHOR, nem oferecerei holocausto que não me custe nada.” ( 1 Cr 21:24 ) Ao empreender este ataque, Satanás não desejava apenas fazer de Jó um homem mais pobre. Na verdade o seu desejo mais íntimo era que Jó mudasse de reino. Deixasse se ser um adorador para ser um murmurador. Isso faria de Jó um adorador de Satanás. Aqui está algo para o que precisamos atentar. Esta estratégia inimiga continua em andamento contra os filhos de Deus. O que estamos fazendo diante da tentação para murmurarmos? Temos mantido nossa posição firme em Deus, ou temos cedido à tentação e nos tornado adoradores de Satanás? Temos permanecido firmes no Reino de Deus, ou temos nos transportado de volta ao império das trevas? Pensemos bem a respeito dessa estratégia. Há apenas três tipos de pessoas a quem Deus procura: alguém que possa ser enviado ( Is. 6: 8 ), alguém que se ponha na brecha – um intercessor ( Ez. 22: 30 ) e no Novo Testamento essa pessoa é o adorador. ( Jo. 4: 24 ). Estas são pessoas que operam no Reino de Deus. Um adorador jamais pode se tornar em um murmurador, isso não é apenas um pecado, é mudança de reino.
Mas essa foi só uma das facetas deste segundo ataque empreendido pelo inimigo contra Jó. Ainda existem dois aspectos a serem observados quanto ao ataque contra o rebanho.
B ) O Rebanho Espiritual
Já vimos que Jó era um adorador. Precisamos nos lembrar que ele era também um sacerdote aplicado. Cada um de nós é responsável por um pequeno rebanho a respeito do qual haveremos de prestar contas diante do Pai. O primeiro deles é a própria família. Nosso amado Jó deu-nos um bom exemplo sobre como cuidar desse pequeno rebanho. Em momento algum percebemos nele uma atitude manipuladora ou controladora. Mas podemos ver claramente a atitude de um sacerdote para com Deus, consciente de suas responsabilidades perante o seu Senhor. Ele não acusava ao rebanho de haver pecado, mas simplesmente oferecia ao Pai arrependimento pelos possíveis pecados cometidos por ele enquanto adorava. Podemos aprender com Jó o sacerdócio de todos os santos, podemos apreender da experiência de Jó o papel do homem chefe de família. Seu pequeno rebanho não era considerado um peso ou um encargo, pelo contrário, era alvo do seu amor pastoral, de sua dedicação e fidelidade. Os versos quatro e cinco do primeiro capítulo nos demonstram a dedicação para com cada um em cada ocasião. O inimigo trabalhava para quebrar os relacionamentos de Jó, da mesma maneira que trabalha para quebrar os nossos relacionamentos. Precisamos compreender que Deus jamais será roubado. Se estamos pensando que estamos sendo roubados, significa que aquilo que julgamos estar sendo roubado ainda não foi entregue ao seu legítimo dono – o Senhor. Nenhum de nós tem um rebanho que seja propriamente seu, mas o Senhor tem um rebanho do qual zela carinhosamente. Nós somos seus auxiliares no cuidado com este rebanho, portanto, devemos nos lembrar sempre de que aquilo que fazemos hoje com o rebanho será objeto de uma prestação de contas com o Seu proprietário. Pelo texto bíblico, entendemos que Jó tinha plena consciência da sua atribuição e de suas responsabilidades para com o seu rebanho espiritual.
C ) Os Bens Materiais Alguém disse que: “somos capazes de coisas inacreditáveis por uma boa causa. Mas, por causa do dinheiro ou daquilo que pode representá-lo somos capazes de matar”. Que triste afirmação é esta! Ela revela o quão independentes de Deus nos tornamos quando nos apegamos aos bens materiais. Quando Jesus percebeu essa atitude no coração do jovem rico, imediatamente sentenciou: “quão difícil é um rico entrar no céu”. ( Mt. 19: 23 ) Pessoalmente creio que haverá homens ricos no céu, ou seja, pessoas que tiveram muitas posses aqui na terra, mas que souberam administrar bem suas finanças sem se apegarem a elas, entendendo que pertenciam a Deus e Ele é quem deveria decidir sobre elas. Estes são os que recebem de Deus o dom de adquirir riquezas. “Quanto ao homem a quem Deus conferiu riquezas e bens e lhe deu poder para deles comer, e receber a sua porção, e gozar do seu trabalho, isto é dom de Deus”. (Ec. 5:19 ) Se Deus concede este dom a alguns homens, fica claro então que alguns ricos entrarão no céu. Obviamente não apenas por serem ricos, mas por decidirem consagrar todos os seus bens ao Senhor, não se deixando dominar pelas riquezas. Jó demonstrou todo o seu desprendimento ao declarar em alto e bom som que Deus tinha o direito de tomar de volta tudo aquilo que Ele lhe havia dado anteriormente e ainda ao bendizer ao nome do Senhor diante de tanta desgraça. ( Jó 1: 20 e 21 ) Ah, se o Senhor pudesse encontrar em nós corações tão rendidos à Sua Soberania e amor. O que Ele não faria através da Sua Igreja?! Precisamos aprender com Jó a nos ajoelharmos, colocarmos o rosto no chão e adorar a Deus em meio à adversidade. Precisamos colocar os nossos olhos em Deus ao invés de mantê-los nas ações do inimigo. Em nenhum momento vemos Jó murmurar, reclamar, praguejar, ou mencionar uma só palavra atribuindo seu sofrimento a outra pessoa, ou mesmo a Satanás. Isso é um aprendizado muito grande para nós. Creio que esta não é a nossa postura mais freqüente. Mas creio que a obra de Jesus na cruz do Calvário pode nos transformar e que talvez essa transformação esteja acontecendo agora mesmo enquanto este texto está sendo lido. Deus é tremendo!