Muitas vezes somos levados a pensar que não daremos conta do que Deus está nos propondo. Parece que tudo se torna muito maior do que nós. Parece que, realmente, não daremos conta. Mas, será que Deus permitiria que viesse sobre nós qualquer nível de tribulação que fosse acima do que podemos suportar? Bem, pode ser que sim. Alguns homens de Deus foram perseguidos até a morte. A questão é: temos nós fé suficiente para permanecer inabaláveis até a morte? Temos fé suficiente para nos sustentar frente às mais terríveis tribulações? Conforme Hebreus 11, por ela os antigos alcançaram bom testemunho. Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho das suas oferendas, e por meio dela depois de morto, ainda fala. Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte; e não foi achado, porque Deus o trasladara; pois antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus. Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam. Pela fé Noé, divinamente avisado das coisas que ainda não se viam, sendo temente a Deus, preparou uma arca para o salvamento da sua família; e por esta fé condenou o mundo, e tornou-se herdeiro da justiça que é segundo a fé. Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé peregrinou na terra da promessa, como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa; porque esperava a cidade que tem os fundamentos, da qual o arquiteto e edificador é Deus. Pela fé, até a própria Sara recebeu a virtude de conceber um filho, mesmo fora da idade, porquanto teve por fiel aquele que lho havia prometido. Pelo que também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar. Todos estes morreram na fé, sem terem alcançado as promessas; mas tendo-as visto e saudado, de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Ora, os que tais coisas dizem, mostram que estão buscando uma pátria. E se, na verdade, se lembrassem daquela donde haviam saído, teriam oportunidade de voltar. Mas agora desejam uma pátria melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de ser chamado seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade.
E o nosso irmão Abraão?
Pela fé Abraão, sendo provado, ofereceu Isaque; sim, ia oferecendo o seu unigênito aquele que recebera as promessas, e a quem se havia dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, julgando que Deus era poderoso para até dos mortos o ressuscitar; e daí também em figura o recobrou. Pela fé Isaque abençoou Jacó e a Esaú, no tocante às coisas futuras. Pela fé Jacó, quando estava para morrer, abençoou cada um dos filhos de José, e adorou, inclinado sobre a extremidade do seu bordão.
Lembra-se de ter ouvido falar de José do Egito?
Pela fé José, estando próximo o seu fim, fez menção da saída dos filhos de Israel, e deu ordem acerca de seus ossos. Pela fé Moisés, logo ao nascer, foi escondido por seus pais durante três meses, porque viram que o menino era formoso; e não temeram o decreto do rei. Pela fé Moisés, sendo já homem, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo antes ser maltratado com o povo de Deus do que ter por algum tempo o gozo do pecado, tendo por maiores riquezas o opróbrio de Cristo do que os tesouros do Egito; porque tinha em vista a recompensa. Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como quem vê aquele que é invisível. Pela fé celebrou a páscoa e a aspersão do sangue, para que o destruidor dos primogênitos não lhes tocasse. Pela fé os israelitas atravessaram o Mar Vermelho, como por terra seca; e tentando isso os egípcios, foram afogados. Pela fé caíram os muros de Jericó, depois de rodeados por sete dias. Pela fé Raabe, a meretriz, não pereceu com os desobedientes, tendo acolhido em paz os espias.
E que mais direi? Pois me faltará o tempo, se eu contar de Gideão, de Baraque, de Sansão, de Jefté, de Davi, de Samuel e dos profetas; os quais por meio da fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam a boca dos leões, apagaram a força do fogo, escaparam ao fio da espada, da fraqueza tiraram forças, tornaram-se poderosos na guerra, puseram em fuga exércitos estrangeiros. As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; e outros experimentaram escárnios e açoites, e ainda cadeias e prisões. Foram apedrejados e tentados; foram serrados ao meio; morreram ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, aflitos e maltratados (dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos e montes, e pelas covas e cavernas da terra. E todos estes, embora tendo recebido bom testemunho pela fé, contudo não alcançaram a promessa; visto que Deus provera alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles, sem nós, não fossem aperfeiçoados. ( Hb. 11: 3 – 40 )
Mas, e a nossa fé? No que está fundamentada? E a nossa motivação? Em que direção tem nos levado? Nossa fé nos sustenta quando tudo vai mal? Ela é suficiente para nos manter olhando para Jesus, o Autor e Consumador da nossa fé? É suficiente para ver o tamanho da testa do gigante e a impossibilidade de a errarmos, mesmo com uma pedra pequena? Ou só tem sido suficiente para pequenos feitos hipócritas, como orar por alguém enfermo e pedir a Deus que faça conforme a Sua Soberana vontade? Ou tem sido suficiente apenas para nos levar para os assuntos escatológicos e pedir que Deus traga logo o juízo final sobre a Terra e consuma a todos os que andam na iniqüidade?
“Considerai, pois aquele que suportou tal contradição dos pecadores contra si mesmo, para que não vos canseis, desfalecendo em vossas almas. Ainda não resististes até o sangue, combatendo contra o pecado; e já vos esquecestes da exortação que vos admoesta como a filhos: Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, nem te desanimes quando por ele és repreendido; pois o Senhor corrige ao que ama, e açoita a todo o que recebe por filho. É para disciplina que sofreis; Deus vos trata como a filhos; pois qual é o filho a quem o pai não corrija?” ( Hb. 12: 3 – 6 )
Será que seríamos capazes de olhar para as situações que estamos vivendo neste momento e considerar o texto acima, ou ficaríamos arrazoando com a nossa mente dizendo: Ah! Mas, eu não sou o apóstolo Paulo, muito menos Abraão, ou José. Aqueles homens viram a Deus bem de perto, eu não cheguei a vê-Lo. Será que Jesus terá que nos dizer as palavras que disse a Tomé: “Chega aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; chega a tua mão, e mete-a no meu lado; e não mais sejas incrédulo, mas crente.” ( Jo. 20: 27 )? Que fé seria esta que tem que ver pra crer? Certamente não é a fé mencionada em Hebreus, no capítulo onze.
Não quero com esta palavra apenas confrontar você, mas reavivar a minha própria fé. No mundo em que vivemos, somos levados todos os dias a situações criadas para nos roubar a fé, para nos desanimar, para deixar a comunidade com a qual convivemos, para jogar tudo para o alto e desistir. Se a alegria do Senhor é a nossa força, somos levados aos níveis mais profundos de tristeza para que sejamos enfraquecidos. Então, queremos abandonar todos os nossos relacionamentos, afinal, Deus não se importa mesmo comigo… Mas, o Senhor não perdeu o controle. Ele jamais quebrará a Sua aliança conosco. Tudo está debaixo do poder de suas fortes mãos. Nada nos sobrevirá sem a permissão Dele. E Ele nada imporá sobre nós que não nos seja possível suportar.
“Mas Sião diz: O Senhor me desamparou, o meu Senhor se esqueceu de mim. Pode uma mulher esquecer-se de seu filho de peito, de maneira que não se compadeça do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse, eu, todavia, não me esquecerei de ti. Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei; os teus muros estão continuamente diante de mim.” ( Is. 49: 14 – 16 )
Em que posição nos encontramos? Somos como Jó, ou como sua esposa? Estamos prontos a passar pela tribulação, ou a aconselhar que Deus seja amaldiçoado como forma de trazer a morte como solução? Quem sabe se não estamos na posição dos “amigos de Jó” e não estamos prontos a condenar alguém pelas tribulações que está sofrendo? Talvez estejamos atribuindo o sofrimento de um irmão a uma “maldição”, quando Deus o está disciplinando, corrigindo e ensinando. E o que nos diz o sofrido irmão Jó?
Jó 5: 6 – 27
“Porque a aflição não procede do pó, nem a tribulação brota da terra; 7 mas o homem nasce para a tribulação, como as faíscas voam para cima. 8 Mas quanto a mim eu buscaria a Deus, e a Deus entregaria a minha causa; 9 o qual faz coisas grandes e inescrutáveis, maravilhas sem número. 10 Ele derrama a chuva sobre a terra, e envia águas sobre os campos. 11 Ele põe num lugar alto os abatidos; e os que choram são exaltados à segurança. 12 Ele frustra as maquinações dos astutos, de modo que as suas mãos não possam levar coisa alguma a efeito. 13 Ele apanha os sábios na sua própria astúcia, e o conselho dos perversos se precipita. 14 Eles de dia encontram as trevas, e ao meio-dia andam às apalpadelas, como de noite. 15 Mas Deus livra o necessitado da espada da boca deles, e da mão do poderoso. 16 Assim há esperança para o pobre; e a iniqüidade tapa a boca. 17 Eis que bem-aventurado é o homem a quem Deus corrige; não desprezes, pois, a correção do Todo-Poderoso. 18 Pois ele faz a ferida, e ele mesmo a liga; ele fere, e as suas mãos curam. 19 Em seis angústias te livrará, e em sete o mal não te tocará. 20 Na fome te livrará da morte, e na guerra do poder da espada. 21 Do açoite da língua estarás abrigado, e não temerás a assolação, quando chegar. 22 Da assolação e da fome te rirás, e dos animais da terra não terás medo. 23 Pois até com as pedras do campo terás a tua aliança, e as feras do campo estarão em paz contigo. 24 Saberás que a tua tenda está em paz; visitarás o teu rebanho, e nada te faltará. 25 Também saberás que se multiplicará a tua descendência e a tua posteridade como a erva da terra. 26 Em boa velhice irás à sepultura, como se recolhe o feixe de trigo a seu tempo. 27 Eis que isso já o havemos inquirido, e assim o é; ouve-o, e conhece-o para teu bem.”
Palavras fortes, estas, não? Porém saíram de um coração que estava entregue, rendido ao amor de Deus. Um coração que em momento algum atribuiu a Deus a responsabilidade por suas chagas ou suas dores. Um coração que soube ouvir as palavras faltas de sabedoria de seus amigos, as críticas, as acusações e mais tarde orar pelos mesmos amigos para que fossem aceitos diante de Deus. Uma pessoa como esta é capaz de compor salmos ao Senhor que declarem as Suas grandezas e os Seus livramentos. Em todo momento vamos perceber a manifestação da fé do salmista, a alegria de quem, ao passar pela tribulação, pode contar com a forte mão do Senhor. Esta é uma fé operante, é a fé que precisamos desenvolver e demonstrar em momentos difíceis pelos quais passamos como quem está atravessando o vale da sombra da morte.
“Sl. 107:1 Dai graças ao Senhor, porque ele é bom; porque a sua benignidade dura para sempre; 2 digam-no os remidos do Senhor, os quais ele remiu da mão do inimigo, 3 e os que congregou dentre as terras, do Oriente e do Ocidente, do Norte e do Sul. 4 Andaram desgarrados pelo deserto, por caminho ermo; não acharam cidade em que habitassem. 5 Andavam famintos e sedentos; desfalecia-lhes a alma. 6 E clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias; 7 conduziu-os por um caminho direito, para irem a uma cidade em que habitassem. 8 Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! 9 Pois ele satisfaz a alma sedenta, e enche de bens a alma faminta. 10 Quanto aos que se assentavam nas trevas e sombra da morte, presos em aflição e em ferros, 11 por se haverem rebelado contra as palavras de Deus, e desprezado o conselho do Altíssimo, 12 eis que lhes abateu o coração com trabalho; tropeçaram, e não houve quem os ajudasse. 13 Então clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias. 14 Tirou-os das trevas e da sombra da morte, e quebrou-lhes as prisões. 15 Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! 16 Pois quebrou as portas de bronze e despedaçou as trancas de ferro. 17 Os insensatos, por causa do seu caminho de transgressão, e por causa das suas iniqüidades, são afligidos. 18 A sua alma aborreceu toda sorte de comida, e eles chegaram até as portas da morte. 19 Então clamaram ao Senhor na sua tribulação, e ele os livrou das suas angústias. 20 Enviou a sua palavra, e os sarou, e os livrou da destruição. 21 Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! 22 Ofereçam sacrifícios de louvor, e relatem as suas obras com regozijo! 23 Os que descem ao mar em navios, os que fazem comércio nas grandes águas, 24 esses vêem as obras do Senhor, e as suas maravilhas no abismo. 25 Pois ele manda, e faz levantar o vento tempestuoso, que eleva as ondas do mar. 26 Eles sobem ao céu, descem ao abismo; esvaece-lhes a alma de aflição. 27 Balançam e cambaleiam como ébrios, e perdem todo o tino. 28 Então clamam ao Senhor na sua tribulação, e ele os livra das suas angústias. 29 Faz cessar a tormenta, de modo que se acalmam as ondas. 30 Então eles se alegram com a bonança; e assim ele os leva ao porto desejado. 31 Dêem graças ao Senhor pela sua benignidade, e pelas suas maravilhas para com os filhos dos homens! 32 Exaltem-no na congregação do povo, e louvem-no na assembléia dos anciãos! 33 Ele converte rios em deserto, e nascentes em terra sedenta; 34 a terra frutífera em deserto salgado, por causa da maldade dos que nela habitam. 35 Converte o deserto em lagos, e a terra seca em nascentes. 36 E faz habitar ali os famintos, que edificam uma cidade para sua habitação; 37 semeiam campos e plantam vinhas, que produzem frutos abundantes. 38 Ele os abençoa, de modo que se multiplicam sobremaneira; e não permite que o seu gado diminua. 39 Quando eles decrescem e são abatidos pela opressão, aflição e tristeza, 40 ele lança o desprezo sobre os príncipes, e os faz desgarrados pelo deserto, onde não há caminho. 41 Mas levanta da opressão o necessitado para um alto retiro, e dá-lhe famílias como um rebanho. 42 Os retos o vêem e se regozijam, e toda a iniqüidade tapa a sua própria boca. 43 Quem é sábio observe estas coisas, e considere atentamente as benignidades do Senhor.”
“Sl. 116:1 Amo ao Senhor, porque ele ouve a minha voz e a minha súplica. 2 Porque inclina para mim o seu ouvido, invocá-lo-ei enquanto viver. 3 Os laços da morte me cercaram; as angústias do Seol se apoderaram de mim; sofri tribulação e tristeza. 4 Então invoquei o nome do Senhor, dizendo: Ó Senhor, eu te rogo, livra-me. 5 Compassivo é o Senhor, e justo; sim, misericordioso é o nosso Deus. 6 O Senhor guarda os simples; quando me acho abatido, ele me salva. 7 Volta, minha alma, ao teu repouso, pois o Senhor te fez bem. 8 Pois livraste a minha alma da morte, os meus olhos das lágrimas, e os meus pés de tropeçar. 9 Andarei perante o Senhor, na terra dos viventes. 10 Cri, por isso falei; estive muito aflito.”
“Sl. 119:143 Tribulação e angústia se apoderaram de mim; mas os teus mandamentos são o meu prazer.”
Já no Novo Testamento encontraremos o apóstolo Paulo testemunhando do amor de Deus em meio à tribulação. Podemos dizer: Ah! Mas ele era o apóstolo Paulo. Sim, mas antes ele era o fariseu Saulo. Homem fervoroso no serviço ao Senhor, zeloso em tudo o que fazia, chamado por si mesmo fariseu dos fariseus, perseguidor da Igreja. Ele pensava que tudo o que fazia era agradável ao Senhor. Só mais tarde foi que ele descobriu o engano sob o qual vivia e, confrontado pelo próprio Senhor no caminho de Damasco começou a compreender a loucura que vinha praticando e as mudanças pelas quais deveria passar. Tudo nos leva a crer que o irmão Saulo não desceu no nível de zelo para com as coisas do Senhor, ao contrário, ele mostrou profundo zelo para com o Evangelho e a Igreja do Senhor Jesus Cristo. Porém, nem por isso ele deixou de ser perseguido, ou de sofrer tribulações. Mas, quais as palavras que ele escreve a respeito das tribulações?
“Rm. 5:1 Justificados, pois, pela fé, tenhamos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo, 2 por quem obtivemos também nosso acesso pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e gloriemo-nos na esperança da glória de Deus. 3 E não somente isso, mas também gloriemo-nos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a perseverança, 4 e a perseverança a experiência, e a experiência a esperança; 5 e a esperança não desaponta, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado. 6 Pois, quando ainda éramos fracos, Cristo morreu a seu tempo pelos ímpios.”
A tribulação produz perseverança, experiência e esperança.
“Rm. 8:31 Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós? 32 Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como não nos dará também com ele todas as coisas? 33 Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica; 34 Quem os condenará? Cristo Jesus é quem morreu, ou antes quem ressurgiu dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós; 35 quem nos separará do amor de Cristo? a tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? 36 Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à morte o dia todo; fomos considerados como ovelhas para o matadouro. 37 Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou. 38 Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem anjos, nem principados, nem coisas presentes, nem futuras, nem potestades, 39 nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura nos poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.”
A tribulação não pode nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus.
“Rm. 12:12 alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;”
“2Co. 1:2 Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação, 4 que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus.”
É na tribulação que Ele nos consola. Não somos jamais abandonados! Este é um tempo de sermos treinados com o objetivo de consolar a outros pela mesma consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus!
“2Co. 4:16 Por isso não desfalecemos; mas ainda que o nosso homem exterior se esteja consumindo, o interior, contudo, se renova de dia em dia. 17 Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós cada vez mais abundantemente um eterno peso de glória; 18 não atentando nós nas coisas que se vêem, mas sim nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, enquanto as que se não vêem são eternas.”
O amado irmão Paulo nos diz que a tribulação que vivemos nos nossos dias é leve e momentânea e não tem significado frente ao eterno peso de glória produzido para nós.
“At. 14:19 Sobrevieram, porém, judeus de Antioquia e de Icônio e, havendo persuadido as multidões, apedrejaram a Paulo, e arrastaram-no para fora da cidade, cuidando que estava morto. 20 Mas quando os discípulos o rodearam, ele se levantou e entrou na cidade. No dia seguinte partiu com Barnabé para Derbe. 21 E, tendo anunciado o evangelho naquela cidade e feito muitos discípulos, voltaram para Listra, Icônio e Antioquia, 22 confirmando as almas dos discípulos, exortando-os a perseverarem na fé, dizendo que por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus.”
Depois de ter sido apedrejado, ao invés de reclamar, murmurar, praguejar contra as pessoas da cidade, ele estimulou aos crentes daquele lugar dizendo que perseverassem na fé porque por muitas tribulações nos é necessário entrar no reino de Deus. Não foi com uma festa tremenda que Paulo foi recebido, mas isso não mudou a sua fé, nem diminuiu o seu desejo ardente de pregar o Evangelho onde ele ainda não havia sido pregado.
“2Ts. 1:4 De maneira que nós mesmos nos gloriamos de vós nas igrejas de Deus por causa da vossa constância e fé em todas as perseguições e aflições que suportais; 5 o que é prova clara do justo juízo de Deus, para que sejais havidos por dignos do reino de Deus, pelo qual também padeceis; 6 se de fato é justo diante de Deus que ele dê em paga tribulação aos que vos atribulam, 7 e a vós, que sois atribulados, alívio juntamente conosco, quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder em chama de fogo, 8 e tomar vingança dos que não conhecem a Deus e dos que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus; 9 os quais sofrerão, como castigo, a perdição eterna, banidos da face do senhor e da glória do seu poder, 10 quando naquele dia ele vier para ser glorificado nos seus santos e para ser admirado em todos os que tiverem crido (porquanto o nosso testemunho foi crido entre vós). 11 Pelo que também rogamos sempre por vós, para que o nosso Deus vos faça dignos da sua vocação, e cumpra com poder todo desejo de bondade e toda obra de fé. 12 para que o nome de nosso Senhor Jesus seja glorificado em vós, e vós nele, segundo a graça de nosso Deus e do Senhor Jesus Cristo.”
Nosso irmão Paulo sabia o significado da palavra tribulação pela experiência.
“2Co. 11:22 São hebreus? também eu; são israelitas? também eu; são descendência de Abraão? também eu; 23 são ministros de Cristo? falo como fora de mim, eu ainda mais; em trabalhos muito mais; em prisões muito mais; em açoites sem medida; em perigo de morte muitas vezes; 24 dos judeus cinco vezes recebi quarenta açoites menos um. 25 Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; 26 em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha raça, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre falsos irmãos; 27 em trabalhos e fadiga, em vigílias muitas vezes, em fome e sede, em jejuns muitas vezes, em frio e nudez.”
Paulo não está declarando que tudo isso foi fácil de viver. Ele põe peso em suas palavras quando fala de suas lutas. Mas, apesar das lutas ele não se entregou. Ele não ensinou a murmurar, a reclamar, a fugir, mas a continuar fazendo aquilo para o que fomos chamados. Ele declarou: “Rm. 8:37 Mas em todas estas coisas somos mais que vencedores, por aquele que nos amou.”
Em sua carta chamada, a carta da alegria ele escreve algo muito estimulante: “Fp. 1:21 Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é lucro. 22 Mas, se o viver na carne resultar para mim em fruto do meu trabalho, não sei então o que hei de escolher. 23 Mas de ambos os lados estou em aperto, tendo desejo de partir e estar com Cristo, porque isto é ainda muito melhor; 24 todavia, por causa de vós, julgo mais necessário permanecer na carne. 25 E, tendo esta confiança, sei que ficarei, e permanecerei com todos vós para vosso progresso e gozo na fé; 26 para que o motivo de vos gloriardes cresça por mim em Cristo Jesus, pela minha presença de novo convosco. 27 Somente portai-vos, dum modo digno do evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que permaneceis firmes num só espírito, combatendo juntamente com uma só alma pela fé do evangelho; 28 e que em nada estais atemorizados pelos adversários, o que para eles é indício de perdição, mas para vós de salvação, e isso da parte de Deus; 29 pois vos foi concedido, por amor de Cristo, não somente o crer nele, mas também o padecer por ele, 30 tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis que está em mim.”
O apóstolo traz uma declaração para a qual poucos de nós atentamos: recebemos de Deus o privilégio de poder padecer por Cristo! Mas, quem para isso é idôneo? Quem deseja isso? Onde estão os cristãos maduros e dispostos a realmente padecer por Ele? Ao que me parece, os cristãos da atualidade estão mais dispostos à prosperidade, à vida regalada, às orações que resolvem quaisquer problemas. Ledo engano! Deus não está preocupado em atender às nossas demandas, Ele tem as Suas próprias. Nós somos os que estamos preocupados em conquistar a casa nova, o carro novo, a conta bancária gorda, a “prosperidade” e temos deixado de lado os princípios do Reino de Deus. Pedro, ainda discípulo, disse a Jesus que ele e os demais haviam deixado tudo para seguir o Mestre. Jesus então lhe responde: “Mc. 10:29 Respondeu Jesus: Em verdade vos digo que ninguém há, que tenha deixado casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou campos, por amor de mim e do evangelho, 30 que não receba cem vezes tanto, já neste tempo, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, com perseguições; e no mundo vindouro a vida eterna.” Jesus não agradeceu a Pedro pela atitude dos discípulos de terem deixado tudo, mas disse que a perseguição seria um dos prêmios que eles receberiam.
O apóstolo Paulo chegou ao ponto de se gloriar nas fraquezas! “2Co. 12:7 E, para que me não exaltasse demais pela excelência das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás para me esbofetear, a fim de que eu não me exalte demais; 8 acerca do qual três vezes roguei ao Senhor que o afastasse de mim; 9 e ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo. 10 Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então é que sou forte.” Ele compreendia que o poder do qual ele precisava emanava de Deus e não dele mesmo! Por isso, para ele, estar fraco significava oportunidade para a manifestação do poder de Deus em sua vida e através dela! Aleluia! Quantos de nós compreendemos isso? A maioria de nós se lamenta por ser fraco e fica cheio de auto-comiseração por não achar em si forças para os combates. Mas, o nosso Deus é aquele que vai à nossa frente e peleja as nossas guerras. Tudo o que temos que fazer é entregar tudo a Ele para que Ele governe. O mesmo apóstolo escrevendo a Timóteo, seu filho espiritual diz: “2Tm. 3:12 E na verdade todos os que querem viver piamente em Cristo Jesus padecerão perseguições. 13 Mas os homens maus e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados. 14 Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste, e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido,”
Ele não excluiu ninguém, mas disse “todos os que quiserem viver piamente em Cristo Jesus”. Então, se você tem passado por tribulações, louve ao Senhor. Mude a postura da murmuração para a postura da gratidão. O Senhor te ama! Ele está atento a todas as coisas que estão lhe ocorrendo! Você é como a menina dos Seus olhos! Creia! Não deixe o inimigo lhe conduzir pelo caminho mais difícil. Se entregue nos braços do Pai pra que Ele mesmo lhe conduza pelo caminho da tribulação que leva à perseverança, à experiência e à esperança. Deixe que o Pai lhe corrija, discipline e utilize os instrumentos que irão gerar para você um eterno peso de glória. Tire os olhos das coisas temporais e ponha-os nas que são eternas. Creia na verdade da Palavra de Deus que diz que: “O Senhor é bom e a Sua misericórdia dura para sempre”. Ouça o testemunho da Palavra de Deus quando diz: “1Jo. 4:4 Filhinhos, vós sois de Deus, e já os tendes vencido; porque maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. 5 Eles são do mundo, por isso falam como quem é do mundo, e o mundo os ouve. 6 Nós somos de Deus; quem conhece a Deus nos ouve; quem não é de Deus não nos ouve. assim é que conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro.”
Busque viver intensamente para Deus e deixe que Ele se revele a você em meio à sua tribulação. Você irá se surpreender com o amor de Deus.
Deus lhe abençoe em Cristo.